domingo, 26 de dezembro de 2010

Ovelha Negra

Só quero que vocês entendam algo: eu não nasci para ser a princesinha delicada, no alto de seu castelo, esperando salvação. Eu não fui criada para esperar o príncipe encantado que me libertará de minha prisão e me levará para seu lindo reino e viveremos felizes para sempre. Eu nasci e me criei para ser guerreira; para matar dragões, me libertar quando for preciso e, acima de tudo, lutar pelo o que eu quero. Tudo isso, sem precisar de um homem tomando decisões por mim. Alguns veêm isso como algo feio, algo que meninas de família não devem fazer; como se ser mulher significasse ser frágil e submissa. Porque pra todos o sinônimo de mulher é salto alto e maquiagem, é roupa e anorexia, é esperar sentada um idiota tomar coragem de chegar em você. Aí, quando se deparam com uma que faz as próprias regras e não tem medo de barata, que usa boné e diz palavrão, que não se prende a regimes e prefere dormir à ir ao shopping, se assustam.
Olha, não há nada errado comigo. Eu só não sou igual as demais. Eu sou mulher, e muito. Eu gosto de homem - e muito também. Mas não sou do tipo sonsa e certinha, que nunca bebe e vai à missa todos os domingos. E, muito menos, eu não sou do tipo que faz charme pra conquistar um homem. Eu bebo mesmo, eu chego mesmo, eu saio e apronto todas mesmo. E isso não quer dizer que eu não me dê o valor, ao contrário, eu só prezo mais minhas atitudes do que de qualquer outro por aí.


Iza Costa