domingo, 26 de dezembro de 2010

Ovelha Negra

Só quero que vocês entendam algo: eu não nasci para ser a princesinha delicada, no alto de seu castelo, esperando salvação. Eu não fui criada para esperar o príncipe encantado que me libertará de minha prisão e me levará para seu lindo reino e viveremos felizes para sempre. Eu nasci e me criei para ser guerreira; para matar dragões, me libertar quando for preciso e, acima de tudo, lutar pelo o que eu quero. Tudo isso, sem precisar de um homem tomando decisões por mim. Alguns veêm isso como algo feio, algo que meninas de família não devem fazer; como se ser mulher significasse ser frágil e submissa. Porque pra todos o sinônimo de mulher é salto alto e maquiagem, é roupa e anorexia, é esperar sentada um idiota tomar coragem de chegar em você. Aí, quando se deparam com uma que faz as próprias regras e não tem medo de barata, que usa boné e diz palavrão, que não se prende a regimes e prefere dormir à ir ao shopping, se assustam.
Olha, não há nada errado comigo. Eu só não sou igual as demais. Eu sou mulher, e muito. Eu gosto de homem - e muito também. Mas não sou do tipo sonsa e certinha, que nunca bebe e vai à missa todos os domingos. E, muito menos, eu não sou do tipo que faz charme pra conquistar um homem. Eu bebo mesmo, eu chego mesmo, eu saio e apronto todas mesmo. E isso não quer dizer que eu não me dê o valor, ao contrário, eu só prezo mais minhas atitudes do que de qualquer outro por aí.


Iza Costa

terça-feira, 12 de outubro de 2010

É isso que vai acontecer não é? Ele vai continuar me tratando docemente,  me comprimentando com a sua mão no meu rosto e um beijo gentil e fazendo cara de criança perdida, pedindo minha opinião nas pequenas coisas e dando aquele sorriso lindo. Eu vou continuar me apaixonando toda vez que ver ele e tendo meu coração partido em pedaços logo após.

domingo, 22 de agosto de 2010

Onde está o amor?

Vai dar Namoro, Romance no Escuro, Quem quer namorar fulano de tal. Tantos programas onde alguns desavizados vão para encontrar um amor. Sim, todos desavizados. Ninguém lhes disse que é mais fácil encontrar o seu amor na filha do dentista ou do hospital, tropeçando na rua ou pedindo cola na escola, do que em um programa desses.

Até o amor virou atração comercial. E as pessoas ainda caem nessa de que, quem está lá, quer mesmo alguém para amar. Se fosse assim, eles escolheriam mais pela inteligência ou gostos e hobbyes que pelos musculos e profissão. Amor não tem essa.
"Ele mora longe", "não faz meu tipo". Claro, você nem conhece ele ou ela. Como vai fazer? Você não se apaixona assim, na hora. Paixão é conquista, é o dia-a-dia de duas pessoas que aprendem a não viver plenamente sem a outra.
Quantos relacionamentos que começaram em programas duraram? Poucos, raros, talvez nenhum. Não dá pra ser você mesmo em frente  à uma câmera. Não dá pra ser tudo o que você é com alguém que você conhece a 3 minutos.

Além do mais, amor não se procura. Não é como por um anúncio no portão escrito "Há Vagas". Amor é aquela coisa que você só acha quando não procura. E quanto mais procura, mais passa longe. Ele te pega um dia enquanto tu caminhas na rua distraidamente e da um esbarrão em alguém, e pronto: talvez seja amor. E isso não vai acontecer na tv. Não vai ter a troca de olhares, não vai ter o descompromisso de rolar ou não, de gostar ou não, porque se você está lá, ah, não pode sair de mãos abanando.
É ainda pior: a maioria que vai nesses programas é jovem. Então um desses apresentadores apresenta eles e diz 'fulado de tal tem 19 anos', e me da aquela vontade de dizer 'Hey cara, você tem a vida toda para achar um amor. Você tem é que sair, andar, entra até no bate papo da uol, mas sai dessa de ir aparecer na tv como um desesperado por atenção.' E ninguém percebe.
 
Quer encontrar um amor? Ótimo. Não procure nos programas de tv. Nem em anuncios no jornal. Nem em sites de namoro. Ande pela rua de cabeça erguida para tropeçar, ande de cabeça baixa para trombar. Saia. Vá ao dentista regularmente, visite o pronto socorro. Ligue para pedir uma pizza e bata um papo com o atendente. Converse com quem você nunca conversou. Divirta-se, sem a intenção de amar. Que logo, o amor encontrará você.

Iza Costa

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O que? Dizer que não vivo sem você? Não, com certeza não. Eu, que não sou mais a menina que sonha com o príncipe encantado, já me acostumei com o fim do conto de fadas. Junto disso, descobri que amores não duram para sempre. E que também não dependemos de outros para viver. Esse é o bom da vida, a maior parte dela é só nós e nós. Então para que vou me jogar a seus pés quando o que você quer mesmo é ir?
Vá então. Leva contigo o meu adeus e o mais sincero me esqueça. Não vale a pena dizer palavras por desespero. As vezes, quando temos muito medo de perder algo com que nos importamos, acabamos agindo por impulso e dizendo asneiras. Pois bem, não farei isso. Muito menos farei outra cena que te induza a permanecer por perto.
Quando gostamos mesmo de alguém, não afastamos a pessoa. Ao contrário. Nos machucamos e continuamos sempre a insistir. Insistir para que as coisas deem certo. Insistir para ficar ao lado dela.
Quando a pessoa começa a criar motivos de briga e discordia, é porque ela quer partir e ponto. Não se briga a toa, não se faz mal a outro a toa. 
Se não é partir, é crueldade. Então que vá.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Amizade (?)

Quem nunca gostou de um amigo que atire a primeira pedra.
Acho que as mais bonitas histórias começam assim; da amizade. E é involuntário. Simplesmente, sem planejar ou desejar, você se ve apaixonado. Não dá pra escapar, o sentimento toma posse de você.
Quando você se da conta, o sorriso da pessoa te faz mais bem que qualquer coisa. O impulso de beija-la se torna tão forte que é quase impossivel controlar. Os carinhos, beijos e abraços passam a ser mais intensos, melhores, perfeitos. Você quer ficar com ela todo o tempo. Você quer a atenção dela, você quer ela. Não é apenas o querer ficar, é o querer proteger, dar carinho, ser tudo que ela precisa e mais um pouco. Você passa a ver nela qualidades antes nunca percebidas: como ela é bonita, e seu cheiro doce, seu rosto perfeito, sua voz macia. Tudo passa a ser atrativel. Até seus defeitos se tornam pequenos perto de todo o resto.
Pele, carinho, atenção.
Só sei que isso não é só amizade. O que é exatamente, eu não sei.

'Eu mantive isso aqui dentro por muito, muito tempo e eu não posso continuar guardando todo esse amor que está dentro do meu coração. Talvez seja mais seguro não dizer que eu me importo. Talvez essa estrada não me conduzirá a lugar algum mas...Se eu não te disser agora talvez eu nunca tenha essa chance novamente de lhe dizer que eu preciso de você de lhe dizer o que estou sentindo. Se eu guardar esses sentimentos e se eu não disser as palavras como você escutará o que está dentro do meu coração?
Como você saberá isso? Eu daria qualquer coisa pra estar em seus sonhos.E eu não posso agüentar essa situação. Com esse sonho dentro do meu coração. Talvez eu vá apenas cometer um erro e existe uma chance, talvez meu coração vá se machucar, mas...Como você saberá que está dentro de minha alma? Oh, isso está me deixando maluco pois você não vê.Você é a única pra mim.' 
( If I Don't Tell You Now - Ronan Keating )

Iza Costa

terça-feira, 1 de junho de 2010

Desisto

Desisto de tentar manter a paz entre nós, pois sei que ela nunca virá. Desisto de tentar te falar e mostrar, a todo momento, o que quero e preciso e você não entender. Desisto de competir por sua atenção. Desisto de ouvir você falando de suas aventuras amorasas e fingir estar tudo bem. Como consegues ser tão cruel assim? Desisto de correr atrás. Desisto de tentar te dar todo meu carinho, apesar de ser o unico a quem eu queira da-lo. Renego nossa amizade. Fujo. Corro de tudo que me lembre ou aproxime de você. Desisto, após tantas brigas, tantas palavras de ódio sem sentido, sem razão. Palavras que não deviam ter sido pronunciadas, palavras sem real verdade. Desisto de tentar me fazer presente mesmo com a enorme distância que nos separar e também de aceitar esse seu jeito insolente de me tratar.
Será que só quando as coisas vão mal você me da valor?
Não dá pra viver assim. Haja lágrimas para cairem todas as noites, haja tempo e falta de orgulho para te seguir. Haja solidariedade para te dividir.
Desisto de fazer tudo por você e mal receber um obrigado. Desisto de ouvir tantas palavras de carinho e tão poucos gestos. Desisto de ser a última opção. Desisto de esperar você notar que estou aqui, de coração aberto esperando você querer para mover montanhas e céus por nós.Assim como desisto de perder noites de sono, ganhar pesadelos e perder a cabeça.
Desisto de me importar se seu dia foi bom e como andam as coisas, e de perguntar sempre como você está. Desisto de te ensinar a ser alguém melhor.
Depois de tudo isso, eu só tenho que dizer: muito obrigada por tudo, mas chega.Eu desisto de você.

Away

Então, alguns dias atrás, eu parei para observar minha vida e percebi que estava tudo muito errado. As pessoasm outrora inseparaveis e insubstituiveis, haviam sumido. Aliás, muitas pessoas haviam sumido. Muitas decisões, algumas de extrema importância, batiam na minha porta insistentemente e eu não sabia o que fazer. Ir ou ficar. Aceitar o presente, esquecer o passado, ignorar as pessoas e acontecimentos ao redor. Não foi fácil.
Não era dor, não era medo, era só a ausência de todo e qualquer sentimentos. A angustia de não saber como seguir.
Aí, já sem muitas boas alternativas, eu decidi recorrer ao passado; voltar a costumes. E se algo bom pudesse acontecer novamente? Se eu, com meu medo de levantar e seguir, decidisse apenas retornar pela estrada que já conhecia? A ideia, confesso, foi péssima. Não só a parte ruim da mesma história aconteceu, como também, foi catastrófico todo o resto.
Sem passado, perdida no presente e sem saber sobre o futuro.
Por ultimo, agora em total desespero, minha melhor resposta foi apenas deixar certas coisas acontecerem. Evitar os maus, acolher os bons. Não ser muito feliz para não atrair a tristeza, não ser muito triste para não afastar as pessoas. Ser eu mesma não sendo, pois, ainda não sei muito bem quem sou.
As coisas estão mudando, e isso da medo. Mas tudo tem que mudar. Não se sabe o que virá depois de algumas mudanças para pior, afinal, há males que vem para bem.
Ficar me chatiando a toa, ou brigando, ou me estressando é algo que saiu dos meus planos. Estresse causa rugas, e pretendo chegar aos sessenta sem nenhuma. Amém.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Mas é claro que o sol vai voltar.

Talvez o melhor fosse esquecer.
Então ela pegou sua bolsa e colocou algumas coisas dentro,algum dinheiro no bolso e os fones no ouvido e saiu pela cidade.Não sabia pra onde ía, somente andava.Despreocupada.
Olhava o céu levemente escuro e tentava não pensar em nada; nada que fosse ruim; nada que a deixasse triste; mas só por tentar não pensar, acabava pensando.
Chutava as pedras da rua destraidamente, talvez fosse seu inconsciente que realmente queria chutar algo; por aquela raiva pra fora, a aflição.As coisas não davam certo nunca, será que um dia tudo se acertaria? Será que a sorte viria ao seu encontro? Ela nada podia fazer mais, apenas continuar andando sem rumo, sem destino, acompanhada somente pela música.
Mas a música não ajudava.Naquele momento parecia que todas aquelas canções em seu MP3 eram feitas para ela.Exceto pelo final, nas músicas, ele era feliz.
Como o final dela podia ser feliz? Estava sozinha, o dia estava frio e todos os carros ou pessoas que passavam sequer a novatam ali; triste.
Não importava o quando ela fizesse, tentasse, lutasse ou amasse; o valor que ela esperava não vinha.Ninguém se importava com as tentativas,fracassos e tombos que ela levava para tentar ser melhor; ninguém retribuia aquele sentimento intenso se querer ser melhor, ver os outros felizes e ser feliz que explodia em seu peito.
Ninguém a entendia.
Por mais que ela explicasse ou ao menos tentasse, dissesse e gritasse; berrasse e esperneasse; ainda continuavam sem entender. Entender que tanto choro era mais que simples carência; era necessitade de ser notada! Necessitade de se sentir indispensável, de saber que alguém a esperava, a compreendia; saber que alguém sempre estaria ali.
Já era noite e ela não sabia bem aonde estava, mas não importava.
A rua era grande e bem iluminada, não havia perigo ali.Na direita um supermercado e em sua frente estacionado, um carro com um casal de velhinhos entrando; ela sorriu. Era bonito ver aquela cena,mesmo com os tantos anos juntos que deviam possuir, ele ainda abria a porta do carro para ela e lhe dava a mão de apoio para que a Senhora entrasse.
Por alguns segundos ela desejou ser aquela idosa, saber o que ela sentia.O que era ser realmente amada.
O pensamento passou rápido e a garota continuou a andar.Mais a frente havia um barzinho com alguns universitários.Decidiu então entrar e se sentou ao galpão.A sua direita, em três mesas juntas, uma turma sorria e conversava feliz.Pareciam amigos de vários anos, talvez, amigos de infância.Alegres, risonhos, despreocupados.
A bateria do seu MP3 estava quase acabando e ela ainda tinha que voltar para casa.Tomou um refrigerante e saiu, agora possuindo um rumo,ainda que indesejado.
Dessa vez não tentou esquecer seus pensamentos, ao contrário, forçava-se a lembrar seus erros e acertos, a examinar os motivos que a levaram caminhar sozinha pela noite escura.
Se sentia estranha.
Parecia que seu interior estava vazio, e não era fome. Era uma angustia que a deixava mal, mas mesmo assim, ela não se deixava abater.
Talvez ela estivesse errada mesmo, exigindo demais das pessoas.Mais do que elas podiam lhe dar.Talvez ela também fosse muito possessiva, e nervosa.Ou ainda, ela fosse anormal.Somente se culpar não era certo, e também, nada adiantaria.Tudo continuaria do mesmo modo.
Foi quando ela parou nesse pensamento; e se não mudasse ? Se fosse sempre aquilo?
Coincidência ou destino,não sabia ela qual dos dois, nesse momento começava outra música em seus fones:
'Mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mas uma vez eu sei.Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã, espera que o sol já vem.Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem, ou que seus planos nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém.Tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar, mas eu sei que um dia a gente aprende.Se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo.Quem acredita sempre alcança...'
Era aquele tapa na cara que ela precisava.
O que ela estava fazendo? Deixando os outros decidirem como ela se sentiria? Não, não deixaria isso acontecer. Ela era melhor que aquilo tudo.E de algum modo, ela sabia que o sol realmente voltaria.
A vida dela havia sido assim por muito tempo: noites escuras alternadas com dias ensolarados. Talvez aquele fosse só um pequeno eclipse antes de outro dia de verão; as coisas iriam melhorar.Ela era forte. Forte o bastante para esperar dia após dia que pessoas aparecessem e merecessem tudo o que ela estava disposta a dar, e que também fizessem o mesmo.
Outro estalo lhe passou a cabeça; talvez aqueles velinhos tivessem se conhecido aos cinquenta anos.Talvez aqueles amigos haviam se conhecido na faculdade ou algo do tipo, talvez ela só precisasse de paciência.
Paciência para saber que não se conhece as melhores pessoas quando quer, elas simplesmente aparecem na nossa vida quando paramos de procurar desperadamente. Paciência para cobrar menos, exigir menos, pressionar menos.
O sol voltaria, isso era uma certeza.
Voltou para a casa cantando uma unica música.



Iza Costa

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O Inverno Part. 4 (Final)

O homem estava olhando-a animado; como se pressentisse novidades no ar.Sem mais agüentar, ele resolveu ser o primeiro a falar:
- Olá Liah, boa noite menina.
- Boa noite Senhor. – educadamente respondeu a garota.
- Então, virás comigo está noite?
A mesma pergunta.
Todas as aparições desse estranho homem sempre vinham acompanhadas da mesma pergunta: virás comigo? Liah se lembrava que, nos primeiros dias, ela dissera prontamente que não para o estranho. Não chegara nem mesmo a perguntar para onde, ou para que, apenas dissera bruscamente que não iria a lugar algum.Talvez por medo. Todavia, o medo havia se esvaído e, embora agora sentisse certa simpatia pelo homenzinho, ainda não havia feito essas mesmas perguntas. Para onde ele queria levá-la?
Contudo, hoje seria diferente.
Nos últimos dias ela, antes da chegada e depois da partida de Noah, se perguntava o que aquele desconhecido queria com ela, ou até mais que isso; por que não se lembrava dos momentos sem Noah? Onde ela passava todas as noites? E Noah? Algo lhe dizia que aquela estranha figura,agora em sua frente, tinha as respostas.E ela queria essas respostas.
- Senhor, diga-me, para onde queres me levar?
- Menina, aqui não é teu lugar.
- Claro que é – respondeu a garota irritada – não vê? Aqui tenho tudo que amo, e tudo que amo me ama! Aqui é meu lugar.
- Ingênua Liah, não vês? Este é somente o sonho que você inventou para refugiar-se dos males da vida, mas ele se tornou tão real dentro de ti, que quando teve a chance, criou vida própria e te roubou do mundo.
Pela primeira vez, Liah sentira medo verdadeiro do homem.Seria ele louco? Do que estava falando? Sonhos, realidade, invenção? Que bobagens! Ela sabia muito bem onde estava.
- Estas louco.
- Não, estou sóbrio.Por isso vejo muito além do que você vê, Liah. – respondeu-lhe sem se deixar abater pela ofensa da garota. – Olhe ao seu redor Liah, tudo isso,é tudo que você ama e queria. Mas nada é real.Guardamos memórias de sentimentos reais, o que você se lembra desde que chegou aqui?
Dessa vez o pânico a invadia; realmente ela não se lembrava de quase nada desde que chegara aquele lugar, desde que reencontrara Noah, desde que começara a ser feliz.
O homem de roxo sabia que ela estava perdida em pensamentos, totalmente confusa e quis ajudá-la.Sem que ela o contestasse ele prosseguiu:
- Venha comigo Liah, e te devolverei a seu mundo.
Num estalo, ela acordou de seus devaneios ao ouvir a voz do estranho.
- Meu mundo?
- Sim, pequena. A realidade.
- O que encontrarei lá?
- Dor, morte, saudade.
- Ora, por que eu iria para um lugar assim? – respondeu em tom levemente sarcástico.
- Porque esses são apenas os contras. Lá você também terá amor, família, e vida. Terá mais que dias frios e nublados de inverno, terá sol, chuva,e um céu estrelado. Além disso, terá memórias, e sentimentos mais complexos. Pessoas à esperam, Liah.
Família? Vida? Será isso que ela precisava? Uma coisa era certa; os últimos dias naquele lugar não haviam sido tão felizes. Noah, a neve...eram maravilhosos, mas faltava algo, e Liah não sabia o que. Talvez fosse isso? Aquele não era seu lugar? Sentiu-se tentada em dizer logo um ‘sim’, queria ir para essa tal realidade. Mas hesitou.
- E se eu não quiser? Se eu desejar ficar aqui para sempre?
- Se desejar isso, menina, virei ainda assim te visitar.
- Todos os dias?
- Todos os dias, até desistirem de você.
- Como assim?
- Você não entendeu não é? Isso – disse apontando para tudo que havia em sua volta – é a casa de sua alma. Você se nega a voltar para a realidade, mas ela não existe sem você. Quando as pessoas que te amam pararem de lutar por você,lutar pare que você volte, então não haverá motivo para que eu a visite.Sua alma viverá eternamente neste lugar.
- Entendi.
Apesar de confuso, ela realmente entendera. Não havia outra explicação para isso tudo. Ela tinha que decidir: ou ela voltaria a vida real, ou passaria todo o sempre naquele sonho. Mas ela gostava do sonho, gostava do frio, e gostava de ter Noah por perto.Porém, ‘toda a eternidade’ era tempo demais para se passar ali.
- Ainda terei Noah quando voltar?
- Talvez.
- Não pode me dizer com certeza?
- Liah, a realidade não lhe da certezas. Você é quem deve conquistá-las.
Um suspiro.
- Tudo bem, eu vou.
- Ótimo. – disse o velho tirando sua cartola e a cumprimentando pela sábia decisão. – Feche seus olhos, quando eu disser...
- Espera! – disse rapidamente Liah.
- O que foi? Não vai voltar atrás, não é? – respondeu o homem assustado com o grito da menina.
- Não, eu só queria fazer uma coisa antes...
Liah deitou-se na neve. Fechou os olhos, e realizou sua velha vontade: agora, com braços e pernas em movimento, a menina fazia um anjo no chão coberto por neve.

[...]

Suas mãos estavas prestes a segurar a maçaneta quando o garoto ouviu um barulho, era um dos aparelhos; apitava absurdamente e desesperadamente alto.Ele olhou rapidamente todos: era aquele ligado ao seu pulso que apitava, aquele que marcava seus batimentos cardíacos. Se aproximou da cama, olhou para a garota, e para o aparelho: estava subindo, o coração dela estava batendo mais rápido! Sem saber o que fazer, segurou-lhe a mão forte.
- Algum médico por favor! Aqui!
Seus olhos ainda estavam nela, as mãos unidas na única mão livre, e ele então viu: os olhos da garota agora se abriam lentamente, ela estava finalmente acordando.
Sua cabeça doía; seus braços estavam cheios de agulhas; sua vista embaçada e a garganta anormalmente dolorida e seca.Mesmo assim, ela teve forças para dizer baixinho e sufocadamente o nome dele:
- Noah...
- Sim Liah, eu estou aqui.
Noah tentou controlar a emoção, tentou controlar o sentimento que agora nascia no seu peito: felicidade. Ela estava viva, estava bem, havia acordado.Tudo iria melhorar. Mas era demais para ele agüentar, tinha que colocar aquilo para fora: deixou então as lágrimas escorrerem por seu rosto.Lágrimas,que agora, não eram mais de angustia, nem medo; eram alegria liquida.
- Obrigada.
- Pelo o que? – perguntou o menino confuso, não estava entendendo nada.Será que Liah estava delirando?
- Por ter lutado por mim. – respondeu com um leve sorriso.
As portas se abriram, Dr. Baker e a Sra. Kennedy entravam.
- Minha filha, eu sabia que você voltaria, ah meu amor...
Mas Liah não ouviu o resto.Estava distraída olhando atentamente o médico; ele lhe era estranhamente familiar.Havia visto ele em algum lugar,mas onde? Seus olhos, sua barba...Claro, era ele o homem da cartola  preta, era ele.Ela tinha certeza.Usava agora roupas brancas, diferente dos seus sonhos.Porém ela havia visto tantas vezes aquele homem que era impossível não reconhece-lo. O homem de roxo.


[...]

- Senhor Desconhecido, mais uma coisa, antes de eu ir, me diga, qual seu nome?
- Por que querer saber menina?
- Para lhe agradecer, gentil Senhor.
- Pois bem, pode me chamar de Vida.


Iza Costa

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Provas

Todos vivem pedindo provas de amor, de amizade, de companheirismo ou fidelidade.Provas que mostram sua importância,e significado. Esperam grandes ações, grandes feitos dos outros em reconhecimendo de seu valor.
Sempre achei esse pensamento de que, 'o amor se mostra nas grandes ações' algo muito imbecil.Penso bem ao contrário; não são as grandes ações que mostram a importância de alguém, e sim os detalhes.As pequenas atitudes e palavras do dia a dia, simples demais até para serem chamadas de relevantes.
Namoradas e namorados esperam ursos gigantes, bombons enfeitados, buquês de flores ou presentes caros em prova de amor ao invés de aceitarem como presente o simples caminhar de mãos dadas; os beijos,abraços e carinhos; o calor do corpo; as flores roubadas nas árvores das ruas; os bombons simples mas que, ao ser divido, se torna algo especial.
Amigos esperam também coisas materias, esperam apoio mesmo que em algo errado, dinheiro e carro emprestados, ou que permaneçam juntos 24 horas por dia.Assim, se esquecem do ombro amigo que sempre lhe ouviu; dos conselhos dados de bom coração; das tardes de conversa e brincadeiras; dos vários momentos que passaram juntos, unidos, seja por choros ou sorrisos.
Filhos esperam que seus pais os deixem fazer o que bem entendem, querem tudo quando pedem, brigam, esperneiam, fazem birra; dizem que seus país não fazem nada por eles, não os amam.Deixam de lado as noites que passam acordados por seu filho estar doente, do quanto já gastaram com médicos ou roupas, ou alimentos.Que se esforçam todos os dias para dar a eles tudo que querem, na medida do possivel.Ou ainda, o quanto se preocupam para deixá-los livres por aí, nesse mundo tão malvado.
Então eu me pergunto; não haveria mais amor se essas pessoas soubessem esperar menos dos outros? Talvez, não seja o problema esperar.Talvez , seja apenas achar que se, não fazem tudo isso, é sinal que não as amam.
Amam sim, amam muito.Mas amor não é só feito de atitudes majestosos e brilhantes; amor é simples, é humilde.Ele se importa mais com a presença, com o bem estar do que com o dinheiro e o futil.Ele está mais presente nos gestes pequenos e que fazem a diferença do que em dezenas de presentes.
Quem espera as atitudes heroicas e grandiosas se esquece que não se vive do célebre, mas sim do singelo que cria e fortalece laços, que une, que faz nascer o verdadeiro amor.
As entrelinhas sempre foram mais dificeis de serem lidas, mais complicadas, porém sempre reservaram boas surpresas.
Feliz aquele que conseguir lê-las.

Iza Costa

Ps: tirei essa foto no meu quintal. *-*

O Inverno Part. 3



O céu nublado agora se misturava com o crepúsculo; não era mais cinza e sem vida, era vermelho, em algumas partes era tão intenso que lembrava fogo. Um fogo vivo, majestoso, impagável.
Por mais bonito que fosse, Liah não gostava dele.Era aquele o sinal de que o momento de Noah ir embora havia chegado. Desde que começaram a se encontrar naquele parque, todos os dias, ao pôr-do-sol o garoto a deixava. A garota só perguntara uma vez o porque disso...
- Noah, você tem que ir embora mesmo?
- Sim Liah, eu devo.
- Mas...por que justo no pôr-do-sol ? Ele é tão lindo, queria vê-lo com você!
- Nós teremos todo o tempo do mundo para ver o sol nascer e se pôr um dia Liah, só precisamos esperar.Até lá, tenho que me despedir dessa maneira.
A resposta não havia sido clara, tampouco satisfatória, mas ela não queria brigas.Não queria contrariá-lo, desde que ela o visse todos os dias, por ela, tudo bem ele ir embora naquele momento.
Então ele se foi, e ela novamente se sentou no balanço, sozinha, e fitou o céu.Não era somente cinza e vermelho, também era assustadoramente negro.Sentia um pouco de frio agora, mas não era somente pela neve; ela sempre se sentia assim quando Noah ia embora. Como se ele levasse consigo o calor do corpo da menina; seu sangue; seus pensamentos; seu coração. Não existia vida sem ele por perto. Liah só se lembrava dos momentos em que estava com o garoto; o resto, era apenas um borrão indecifrável em sua memória.
Apesar disso, ela sabia bem o que aconteceria agora.
Ele apareceria.
Olhou para o céu e viu os pequenos raios que anunciavam a chegada do estranho; e rapidamente se postou de pé para recebê-lo, mas era tarde: ao abaixar a cabeça ela percebeu que ele já estava ali, a poucos metros a sua frente, a examiná-la.
 O homem já lhe era familiar; usava um sobretudo preto, calças pretas, sapatos pretos, e uma cartola preta, apenas sua camisa era diferente; roxa. O mesmo roxo que aparecia no céu quando ele vinha aos fins de tarde. Ele tinha um olhar compreensível e seu rosto parecia sempre estar calmo; apesar disso, era um tanto estranho. Não era novo, mas não era velho demais. No máximo, seria seu pai.Possui-a uma barba cinzenta rala, menos no queixo.Lá ela era um pouco maior, daria para fazer tranças, pensou uma vez a menina.
Trazia sempre um bastão que, ora brincava em suas mãos, ora servia de apoio no chão.
Ao todo, um homem misterioso, pavoroso e encantador.

[...]

Após uma longa discussão consigo mesmo, o rapaz decidiu entrar no quarto.Em silêncio, caminhou até o lado esquerdo da cama onde a garota estava deitada, e a observou.Ela era como ele havia imaginado; não excepcionalmente bonita, muito menos feia, apenas bela.Mas todos aqueles canos, agulhas e aparelhos em sua volta e pele estragavam tudo.Procurou sua mão sobre a cama, mas ela estava repleta de agulhas: uma injetava soro, as outras vários tipos de remédios; calmantes, anestésicos, qualquer tipo de droga que não a fizesse sentir dor.
Haviam algumas ataduras ainda do acidente; machucados não cicatrizados pela falta de reação dela, pensou enquanto dava a volta na cama.
Ao lado direito, sua mão estava livre.Meio sem jeito, o garoto levou suas mãos junto a dela, cobrindo-a, protegendo-a.Reparou então no rosto da garota, não havia dor ali, nem tristeza.Aliás, não havia nada.Aparentemente, nem uma alma.
Foi o pensamento que o invadiu naquele momento; fria, sem sentimentos e sem vida, como uma estátua. Um recipiente vazio. Onde estaria seu conteúdo?
Ainda segurando sua mão, ele aproximou seu rosto do dela, tinha esperança de que ela reagisse a proximidade, mas nada aconteceu. Seus lábios já estavam perto de seus ouvidos, então baixo, como que sussurrando para o coração suas palavras saíram envolvidas por amor:
- Queria ver seus olhos.Queria ver a vida em você, menina.


Continua.

Iza Costa

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O Inverno Part. 2


A mulher havia parado de chorar. Um ou dois copos de água com açúcar a acalmaram,  juntamente com um comprimido de calmante e a ajuda do doutor.Ele, homem de bem, sentia muita pena daquela mulher que agora,praticamente, morava no hospital.Mais que isso, sentia simpatia por aquela mulher batalhadora que não perdia suas esperanças, mesmo sozinha, mesmo sem motivos para ainda as tê-la.
- Diga-me Dr. , como ela está? – foram as primeiras palavras a saírem de sua boca ao colocar o copo com água ao lado da janela de vidro.
- Srª, estamos fazendo todo o possível, porém ela não está respondendo aos tratamentos.Já tentamos tudo; remédios, alguns até perigosos, equipamentos modernos, terapias diversas, mas não ouve resposta.Temo que seu estado seja irreversível.
- Não, não pode ser. Ela vai acordar!
- Elena, escute: - pegou firmemente em seus braços e a vez encara-lo – já se passou mais de dois meses; e ela não reagiu a nada! Já passou o tempo em que seu coma era considerado reversível, é quase nula as chances dela voltar. Nós,médicos, não conseguimos achar um motivo para ela não acordar, todos exames foram feitos, e nada.Nada cientifico, nada médico, nada explica o porque de ela ainda não ter acordado. Está na hora de você começar a aceitar isso, por pior que seja, talvez ela não volte para casa.
Com essas palavras, sua fé morria um pouco mais.Não dava para agüentar tudo aquilo; o acidente; a perda de seu marido e agora sua filha,sua única filha.O que ela faria da vida sozinha? Não, ela não desistiria.
- Ainda há chances Dr. ?
- Poucas, devo dizer.
- Então não desistirei, estamos falando da minha filha. Não irei desistir! – sua voz saiu confiante e seu rosto severo, a melhor máscara que conseguia por naquele momento.

[...]

A tarde passava como todas as outras.Noah e Liah haviam passado um bom tempo sentados conversando sobre os mais diversos assuntos; música, livros,o lugar onde estavam...
Quando cansavam, ou simplesmente as palavras não eram mais necessárias, levantavam dos balanços , davam as mãos, e andavam sobre a neve fofa do parque; sem dizer muita coisa, apenas juntos.Apenas sentindo o calor de suas mãos entrelaçadas, e observando tudo ao seu redor.Era tudo perfeito.
Perfeito demais para ser real, Liah pensou uma ou duas vezes.
Um tempo atrás, não sabia bem quando, Noah estava longe em corpo e alma.Eles não se viam ou sentiam, apenas conversavam, pior que isso; ele não a amava.Ela se lembrava também das várias brigas que tiveram, de sua voz furiosa, se suas palavras ásperas, e do fim que haviam tomado.Havia passado dias olhando a foto dele em seu diário; os cabelos pretos sobre os olhos, a cara de bravo, e seus olhos negros brilhando...
Passado.
Agora ele caminhava ali , ao seu lado, de mãos dadas.Seu rosto não possuía mais ira, somente carisma.Sua voz era doce como mel, e as palavras melódicas como música.Ele não a magoaria, ela tinha certeza disso.

[...]

- Olá, vim visitar a Srt. Kennedy.
- Segundo quarto a direita nesse mesmo corredor, numero 402. – respondeu a enfermeira sem prestar atenção em quem lhe falava.
- Obrigado. – disse o garoto educadamente e saiu pelo corredor em direção ao quarto.
Estava sério, preocupado. Devia conhecer a garota a um bom tempo, alguns anos pelo menos. Andava imponente pelo corredor ,conseguindo os olhares de algumas garotas que aguardavam para serem examinadas na sala de espera.
Daqui 3 portas estaria perto dela; agora 2 ; depois 1... agora apenas A porta lhe separava dela.A mão estava na maçaneta, ainda hesitando abri-la.Percebeu o vidro que dava para o quarto, e foi até ele.
Lá estava ela.
Olhos fechados, a pele mais branca do que o normal, e aqueles aparelhos. Era demais para ele ver aquilo; como se cada agulha no corpo dela representasse uma em seu coração.Se sentia sufocado; sem se dar conta apoiou-se no vidro a sua frente e deixou as lágrimas caírem. Agora ele conseguia respirar; o que sufocava seus pulmões era o choro que vinha de dentro, forte, triste e impiedoso.
‘Se ao menos eu estivesse aqui antes...’

Continua. 

Iza Costa

Carta

 Sr. Meu Melhor Amigo,

Uma vez me disseram que não é possivel existir amizade entree homem e mulher, que sempre haveriam segundas intenções.Particularmente, eu descordo.Mas entre nós, esse foi o caso.
Talvez não no começo. Quando eu te via,quando nos conhecemos, eu te achei um cara legal e só.Só outro amigo.O tempo passou, e aquela amizade que começou por acaso, de brincadeira cresceu.Como cresceu.
Foi impossivel não me apaixonar por você.
Não é todos os dias que encontro alguém que me entenda por aí, muito menos que se importante tanto comigo.E você se importa tanto; sempre cuidando de mim; sempre me ligando e me perguntando como estou ou me ouvindo chorar ao falar sobre minha vida sem graça.
Sem graça sem você, pelo menos.
Então quando estou chateada em casa, você me liga e saimos, e ao ver seu sorriso, o mundo já se torna muito mais bonito e convidativo para mim.As vezes, atpe andamos de mãos dadas, feito um casal.
Como você queria que eu não me apaixonasse?
Seu cheiro, seu calor, seu abraço.Alias, o melhor abraço do mundo. Aquele que faz o mundo em baixo dos meus pés parar, ou simplesmente me faz fluturar, eu me sinto em casa nesse abraço, como se encostada em seu peito fosse o meu lugar.
Mas confesso, que o que me fez me apaixonar mesmo, foi seu olhar e seu sorriso. Ah esses dois, sempre penso que vou enfartar quando os vejo. Sempre brilhantes, felizes, sempre me olhando com ternura.Eles me dão vida.
Ou talvez tenha sido aquele dia do cinema. Era tarde e eu havia saido com uma blusa muito fina, então você me deu sua blusa de frio.Não queria aceitar, mas você insistiu tanto que não tive como negar.O seu perfume naquela blusa eu nunca vou esquecer.
O ciumes então, não precisar nem falar. Toda vez que você diz que vai jogar futebol com os amigos, eu ficou realmente irritada.Não por eles, mas por todas aquelas menininhas te olhando jogar sem camisa.Ou quando você faz novas amizades, me da um medo de te perder, medo que você não precise mais de mim do seu lado.

Desculpa te dizer tudo isso agora, mas é que eu realmente precisava.Essa história não está dando mais certo.Eu preciso de você, não como meu amigo, mas como meu amante, namorado, marido, etc. Entende? É precisar, e não mais querer. Por favor, de uma chance para nós, e eu sei que seremos felizes. Nunca acreditei em finais felizes, mas você me deu esperança de achar o meu, e ele está com você.

Fica comigo? :x

Ass: quem mais te ama.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Inverno


 Havia neve no chão do parque.
Folhas secas se misturavam com o branco em baixo das árvores nos brinquedos.Não tinha ninguém ali, fora a garota.
 Estava sentada no balanço olhando distraidamente o céu nublado.Talvez inconscientemente, dava pequenos impulsos, ora com o pé esquerdo,ora com o direito. Usava um casaco preto e uma saia acompanhada de meias que iam até seu joelho e possuíam detalhes vermelhos que combinavam com o pequeno laço em sua sapatilha.Protegendo seus cabelos negros da umidade, uma boina também vermelha.A roupa, ao todo, lembrava o uniforme de algum colégio.
Aparentemente estava feliz, seus olhos castanhos tinham brilho; e seus lábios levemente rosados pareciam imunes a temperatura baixa dali. Segurava o balanço com força, apesar de não ter medo de cair.Era só para ocupar as mãos, e essas faziam um contraste bonito com as correntes de ferro.
Mesmo com a neve, a garota não sentia frio. Gostava muito daquele clima gelado, apesar de não viver nele a algumas semanas atrás.
As vezes, se lembrava de quando era criança e desejava fazer anjos no chão de neve e não podia.Mas agora havia neve ali, em todo lugar. Ela se sentia tentada a realizar esse desejo, porém isso desarrumaria sua roupa e cabelos naquele momento, e ela não podia se dar a esse luxo pois estava a esperar alguém.

[...]

A mulher agora olhava atentamente para o quarto atrás do vidro; no seus olhos cansados e em seu rosto repleto de pequenas rugas, se via uma mistura de esperança e medo.
Quase não piscava ao contemplar a garota na cama. Qualquer um diria que ela apenas dormia se não fosse os vários aparelhos ligados ao seu corpo, e o homem de avental branco que estava ao seu lado examinando-a.Estava sério, com toda certeza possuía anos de experiência.Mexia atentamente em alguns botões nos aparelhos; girava para lá e para cá outros; sentia o pulso da garota; sua respiração fraca. Claramente não estava satisfeito com as conclusões em que havia chegado.
A mulher do lado de fora ainda observava atenta, não queria perder nenhum detalhe.Ao olhar para o médico sentiu algo estranho,sentiu uma onda de desespero a invadir; sabia que as noticias não eram boas.Logo, se perdeu em pensamentos, a agonia a tomava novamente; a dor de não saber o que iria acontecer com a garota no quarto atrás do vidro.
Sem que percebesse, o médico já estava ao seu lado, a observando e desejando ter boas noticias para lhe dizer, mas não tinha.
- Então Dr. ? Como ela está? O que está acontecendo? Eu quero minha filha de volta! – e aos prantos se deixou cair na cadeira que estava ali perto, as mãos tampavam seu rosto, e ainda assim o som do choro e as lágrimas caindo eram perceptíveis.
O médico colocou a mão em seu ombro, ele também estava desconfortável com aquilo. Se sentia incapaz ao ver a garota na cama, como se todos seus anos de experiência nada valessem.

[...]

- Pontual como sempre Noah. – era a garota no balanço. Sua voz era calma e gentil, claramente feliz pela chegada do garoto.Suas palavras saiam acompanhadas de um sorriso no canto esquerdo, que a deixava ainda mais jovial e bonita.
- Não ousaria me atrasar para te encontrar Liah. – respondeu enquanto se sentava no balanço vazio ao lado da menina e envolvia seus braços nas correntes.Dava pequenos impulsos para manter-se em movimento.
- O dia está bonito, não está? Sinto dentro de mim que o inverno está acabando, é como se eu visse as flores se abrindo e o sol aparecendo novamente. Algo mais que neve.
- Receio que sim, mas não gosto disso.
Liah o fitou por alguns segundos. Ele usava a mesma roupa dos últimos dias; vestimentas inteiramente pretas, menos os botões. Eles eram pratas e, mesmo sem muita luz, reluziam como se possuíssem brilho próprio. O rosto do garoto estava voltado para baixo, e ele parara de balançar.
- Por que diz isso?
Ambos olhos negros agora se olhavam, perdidos.Um queria respostas, o outro, queria evitar ter de responde-la, mas não podia.Era sua obrigação sempre lhe contar a verdade, era seu melhor amigo.Sua única companhia.
- Quando o inverno acabar,Liah, não vai mais precisar de mim aqui.
Ainda que triste com as palavras ditas, Noah apenas sorriu.

[...]

Continua.

Iza Costa

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O Jogo Part. 3 (Final)

- Do que você está falando?
Não teve muito tempo para explicações, as amigas da garota já saiam de três carros estacionados por perto.Eram cinco ao todo, contou rápido o garoto.Prontamente ele reconheceu quatro das que estavam agora paradas a lhe olhar; algumas de sua extensa lista.
- Mari? O que é isso? - disse sem reação, sem entender o que se passava ali naquele momento.
- Isso - disse a garota de vestido vermelho acima do joelho e cabelos negros - é uma pequena vingança nossa.
Ele olhou novamente para Mari; perplexo. Ela sabia de tudo desde o começo, havia fingido todo o tempo.Um plano estupido que agora o partia o coração, sentia-se um completo imbecil.
- Ora, ora...está tristinho é? Coitadinho. - acabara de falar a garota de roupa apertada que saira do carro preto, acompanhada de um sorriso malicioso.
- Vocês não podiam...- disse com a cabeça abaixada, pensativo sobre aquela situação toda, aquela bagunça que ele criara.
- Por que não? Não é isso que você e seus amigos sempre fizeram? Mas, sem mais delongas, vamos embora garotas.
Sua cabeça levantou ao encontro da garota, a sua garota.Ela acenou negativamente,um pequeno movimento em seus lábios apareceram mas cessaram rapidamente.Ele olho em seus olhos; por um momento exitou falar, ela havia brincado com ele todo esse tempo; ele que passara noites inteiras olhando para o teto e pensando naquela garota que o tirava o sono, deixara de sair com os amigos; aguentara brincadeiras sem graças de todos, para isso. Não podia ficar calado, tinha que dizer algo, tinha que xingá-la, faze-la sentir-se como ele agora se sentia; em pedaços.
- Mari!
Apesar de apenas um nome ter sido dito, todas as garotas o encararam. Esperando o que quer que ele fosse dizer; no minimo alguns insultos.
- Olha, eu devia praguejar palavras horriveis agora; e te fazer sentir a pior pessoa do mundo.Mas não vou.Não vou,não somente porque sei que eu comecei isso tudo, mas também por não conseguir.Nunca diria algo para você que te machuca-se.Tudo que eu disse, foi verdadeiro.O jogo acabou no momento em que te conheci.
Via-se em companhia dessas palavras um pequeno sorriso, aquele meio constrangido e meio sem rumo que ela havia visto várias vezes naquele bar.
Mari pensou em correr até ele, em abraça-lo e pedir desculpas, entretando se conteve.Ele merecia aquilo.

[...]

Ele tentou voltar a vida 'normal' dele.Fazer as coisas que fazia antes, sair com os amigos, 'pegar' outras garotas; mas sem sucesso, nada daquilo tinha graça agora.Então desistiu.
A garota ainda não saira da cabeça dele.
Haviam se passado 3 semanas: parou de sair com os amigos, de beber mesmo indo aquele bar todo o sabádo para procurá-la.Andava triste.Apesar dos motivos para ter raiva, ele queria vê-la, queria perguntar se tudo aquilo era mesmo somente uma mentira, os olhos dela eram tão sinceros, e seu sorriso.Era improvável que fosse tudo armação.Ele nunca havia sentido aquilo; aquela vontade de estar com alguém, mesmo com tudo aquilo acontecendo.
Por outro lado, uma voz gritava perturbadoramente para que ele a esquecesse, que ela havia feito ele de idiota, e que tudo não havia passado de uma farça.Mas a vontade de encontrá-la era maior, mesmo com aquele resentimento, ele queria falar com ela novamente.

[...]

Era sabádo.Dia de ir novamente aquele bar e procurar o que ele tanto queria; respostas.
Todos os sabádos haviam sido iguais, somente decepção o aguardava naquele balcão, mas nesse, foi diferente.
Lá estava ela, parada, olhando a pista.Os cabelos pretos brilhando nas luzes da boate, a calça apertada e aquela mesma blusa em V.
Ele sentiu seu corpo arrepiar, agora que ela estava ali, a situação parecia mais complicada do que ele imaginara.Mesmo assim, se aproximou e sentou ao seu lado no balcão, pediu uma bebida e a olhou.Ela sabia que ele estava ali; sabia que ele a olhava, mas mantinha seus olhos em um casal que dançava no meio da pista.Esperava que ele falasse algo, se manifestasse.Algo lhe dizia que ele a xingaria de todos os nomes possiveis, ainda assim ela queria ouvir a voz dele.
- Mari, me perdoa?
Ela se assustou com a sua fala.Perdão? Como assim ele lhe pedia perdão? Ela que havia mentido e enganado a todo momento naquele lugar.
- Por que diz isso?
- Se não fosse esse Jogo estupido, não teria sido assim.Eu te encontraria, e dançaria com você a noite inteira, e só teria olhos pra você , como tenho agora, mas ninguém atrapalharia.Não haveria nada que nos impedisse que ficarmos juntos.Nada, a não ser, que você não quisesse, e eu entenderia.Por que você iria querer alguém idiota como eu?
- Realmente, não sei porque iria querer alguém idiota como você...- e parou para olha-lo, ele abaixou a cabeça meio constrangido com as palavras dela - entretando, eu quero. E não me pergunte o porque. Na primeira vez que te vi, eu senti isso que sinto agora, era real, mas me convenceram a entrar nisso, me conenceram que eu seria mais uma.Não acreditei em você, e me arrependo. Tudo que aconteceu, foi real.Juro.
Finalmente, eles se olhavam. Finalmente, os mal entendidos haviam sido resolvidos...ou quase. Ela sorriu, e voltou a olhar para o casal.
- Seus amigos não vão gostar que você saia da brincadeira.
- Eles vão entender, se não, eu estou disposto a arriscar.
- Ora,ora... então você é oficialmente agora um homem de uma mulher?
- Acho que sim...
- Acha? - disse com levantando a sombrancelha direita e usando uma voz de repreensão.
- Sim, eu sou. - e sorriu.
Sorriu feliz da escolha que fazia, feliz por não ser mais um cara detestável e feliz, por finalmente, ter encontrado a garota dos seus sonhos.
Nesse meio tempo desde que a conhecera, ele pensava nisso constantemente: na paixão, no envolvimento, no amor. Foi nesses pensamentos que ele descobriu que nunca fora completo de verdade, que toda essa brincadeira não passava de uma distração, de medo do que podia acontecer se um dia se entregasse para alguém, mas o dia havia chegado e ,de longe, era tão assustador como ele imaginara.Agora ele tinha paz, tinha um porto seguro, alguém para voltar e estar sempre do seu lado, alguém que ele realmente gostava.
Seria estranho todas essas mudanças repentinas, mas ele com certeza se acostumaria com o tempo.Mudanças boas são sempre bem vindas.
Não sentiria falta da sua velha vida porque ser livre é totalmente sem sentido quando não se tem um lugar para voltar.
Algo lhe dizia que daria certo, e se não desse, ao menos ele saberia agora o que é ser duas pessoas batendo em um só coração.Sabia ao menos uma coisa; a vida que ele tinha antes não voltaria, nunca mais ele faria algo do tipo com alguém, descobrira da pior forma o que era um coração ferido, e dá melhor, o que era o amor.

Fim

Iza Costa

sábado, 8 de maio de 2010

Contos de Fadas

Nunca gostei muito de contos de fadas.
Sempre que ouvia um ou outro me perguntava: por que a princesa tem que ser salva por um principe? Eu tinha a sensação que todo aquele blablabla era para iludir as garotinhas que, mais tarde, seriam mulheres frustradas pela não aparição de seus principes.Entretando, talvez essas histórias não tenham sido feitas para enganar; apenas para confortá-las, pelo menos em sonhos elas deveriam ter algo assim; perfeito.

As intenções podem ter sido boas, ou não, mas os resultados sempre foram negativos: garotas iludidas se achando princesas, mulheres que esperam a pessoa perfeita, outras correndo atrás de homens lindos, outras dos românticos, algumas dos dois.Enfim, todas procurando a pessoa ideal.Aquela que ouviram falar desde cedo que estava por aí, a sua espera.

Essas histórias aparentemente inocentes causam bastante danos ao longo dos anos, por isso preferi sempre não acreditar em nenhuma delas.

Por que eu deveria esperar alguém me salvar de um dragão ao invés de, com espada e escudo, enfrenta-lo eu mesma? Eu posso ser espera e não comer a maçã; posso controlar minha curiosidade e não mexer no tear; posso fazer meu vestido e construir meus próprios encantos que não se acabariam a meia noite; além de trabalhar para não depender da riqueza e palacio de nenhum principe.

A maioria dessas histórias passa para nós,mulheres, os valores errados à se apreciar. Riquezes, pessoas feitas exclusivamente de qualidades,pessoas que faziam de tudo para vender ou ganhar a princesa, beleza...Ao todos, caracteristicas supérfluas. Contrariando isso; acredito na beleza do trabalho e de quem constroi tudo com as proprias mãos; também na beleza além dos olhos, na educação, caráter e a perfeição obtida com o misto de qualidades e defeitos.

Independência e realidade.
É isso que deveriam ensinar as crianças nos livros; como ser livre e saber conquistar as coisas de forma digna. E, principalmente, a não esperar principes,ou até princesas.Ensinar que pessoas perfeitas não existem, mas que não é por isso que não as amamos.Que também não precisamos esperar alguém que faça nossas vidas mudarem; temos força o bastante para fazer isso sozinhos.

Iza Costa

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Paz.

Tem gente que gosta de paz; outros do carinho; outros da companhia; mas ela havia escolhido o tormento.

- Mas você quer discutir de novo menina?
- Ué,para de me dar motivos e eu paro de discutir.
Era sempre assim em sua vida, não havia um dia em que a conversava de ambos não acabasse em briga e palavras desagradaveis.O problema é que fora assim por tanto que, chegou uma hora que nenhum aguentava mais.
- Acho melhor nós terminarmos...
- Mas, por que?
- Não aguento mais isso, sabe...dói.
Então seguiram caminhos diferentes.Mesmo assim, as vezes se esbarravam pela rua e se comprimentavam normalmente.Agora, se tratavam melhor do que quando estavam juntos.Conversavam, se entendiam; a paranóia e a discordância terminara juntamente com o relacionamento.
Havia se passado dois meses quando se encontraram inesperadamente em uma festa,e começaram a conversar sobre o presente e como andava a vida de cada um.
- Então , como você está? O que anda fazendo?
Ele abaixou a cabeça e,meio sem jeito,optou por falar a verdade.
- Nada. Sabe, eu percebi o quanto você me fazia falta já faz um tempo; mesmo com nossas brigas e desentendimentos, existia algo maior que nos unia.Sei que fui um completo idiota todas as vezes que,sem motivo, te provocava e magoava, mas era meu modo errado de te mostrar o quanto gostava de você.Enfim...e você?
Deixou-se sorrir, indecisa entre ser delicada ou falar o que pensava.
- Bem...nos primeiros dias eu senti falta das brigas.Elas eram como um vicio para mim; como se ,realmente, mostrassem o quanto você me amava.Senti vontade de ir atrás de você e pedir para voltar, mas resisti bravamente.Aos poucos, fui me reacostumando a ficar sem você.Sem te ver,sem te ouvir.No começo foi dificil, mas depois tudo melhorou. Você devia estar lá para ver como mudei; fiquei mais calma, mais alegre, conversava melhor com as pessoas...tirei um peso enorme do meu coração. Sabe por que? Percebi que toda aquela raiva e angustia dentro de mim era graças a você, graças a todas brigas.Você só me deixava para baixo, e nunca o bem que você me fazia poderia ser maior que esse mal.Todo esse resentimento continuaria ali enquanto você continuasse.Pois bem, hoje estou aqui dançando e feliz.E você sente minha falta.Hoje o vazio no peito é seu...

E ela sabia que estava sendo honesta consigo mesma; ela estava mil vezes melhor sem ele.

Iza Costa

Anti-Social

De vez em quando da uma vontade de se perguntar: o que diabos eu faço aqui?

Para algumas pessoas se sentir sozinho é desesperador; para outras é o ideal; mas para mim é somento normal.
Estou tão acostumada a me decepcionar com as pessoas com quem sinto uma pequena ligação que os dias ou acompnhados,ou solitários já não fazem muita diferente.Em conjunto machuca, sozinho também. Então vamos optar para o que estiver nas mãos.
Quem nunca se desapontou com um amigo? Pergunta errônea essa.A melhor seria; quantos possuem amigos de verdade ?
Aquele que não polpa esforços para te ver feliz; que chega mais cedo na sua festa e vai embora mais tarde para ajudar com a bagunça; que não liga em gastar algum dinheiro seja com ônibus ou lembrancinhas; que mesmo cansado de te ouvir chorar ainda oferece seu ombro; vai com você pra balada e volta com você; não te trata diferente ,muito menos esquece quando começa a namorar; te chama para dormir na casa dele.Fazem brigadeiros juntos; vão ao cinema; brigam por motivos bestas;sentem ciúmes; cuidam; xingam quando o outro faz algo errado; se importam apesar de tudo.
Isso,ao meu ver,é uma amizade de verdade. Aquela que rarissímos têm.
Gostaria de entender onde foi parar essa boa e velha amizade sincera, e esse amor de irmão que hoje é dificil de se encontrar.
Talvez por isso muito se fechem para amizades.
Por terem sofrido demais por pessoas que deviam protege-lo de sofrimentos, e serem seu braço esquerdo,direito e outros membros ,as vezes, até vitais. Então perderam isso. Perderam essa confiança nas pessoas, perderam a vontade de viver no coletivo,encontrando abrigo no singular.
Pessoas essas que são tidas como anti-social.Fobia ou apenas receiosas de viveram com pessoas que certamente um dia lhe machucarão?

Iza Costa

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Relacionamentos Virtual

 O namoro
 
Quando se pergunta sobre namorado(a) hoje em dia tem que ser bem especifico, ou a resposta será 'você quer saber do virtual ou real?'.Pode parecer brincaira, mas não é.Aplique todo os itens e situações falados na amizade e some com algo mais confuso ainda: paixão e amor, e teremos uma bagunça feita.Porque tudo quando envolve paixão fica 'pior'.
Ninguém que use 24hrs por dia a internet e conheça vários outros navegantes está livre de sentir uma pequena paixãozinha aqui e outra ali; se é certo ou errado não sei dizer, mas que sentem,sentem.Então aí que vem a questão: como se apaixonar por alguém que você nunca vio? Como saber se a pessoa é sincera? Ou se tudo que você imagina é verdade? Não tem jeito, ou você acredita cegamente, ou sai dessa o mais rápido que conseguir.
Mas não deixo de pensar no quanto é engraçado você se apaixonar por alguém assim,a distância.
Como se apaixonar por alguém que você nunca vio sorrir, não conhece o dia-a-dia,manias, trejeitos, o cheiro, ou o brilho dos olhos? Claro que muitas vezes apenas palavras são o suficiente para fazer alguém de encantar, mas onde fica o fisico essas horas? Aquela famosa quimica de que falam?
As vezes tudo isso não passa de uma histórinha que você criou para tentar fazer seu final feliz.Quem nunca se sentiu tão sozinho a ponto de imaginar uma pessoa ideal? Pois então, você imagina essa pessoa e lhe dá o nome de alguém real, mas que você não conhece os defeitos, e assim, ela não pode destruir seu faz de conta.Pelo menos até vocês se encontrarem.
Quando o esperado encontro acontece, ou você sente tudo o que sentia e em dobro porque era tudo de alguma forma 'real' ( e ela foi totalmente sincera o tempo todo) ou a decepção é extremamente grande.Talvez até com ela sendo sincera você se decepcione, não dá para entender isso. Você idealizava tanto aquela pessoa e quando ela está ali, você apenas vê alguém extremamente normal e desinteressante.Ou pior, você não ve nada do que ela dizia ser; sem graça, feia, nada legal de se conversar...
Nessa hora você se pergunta: será que foi tudo um engano? Sim,foi. Um engano de você,para você. Que você construiu.
Muitos acreditam que achar alguém na net é fácil com tantos sites de encontros, e conversas, e até preferem isso a se arriscar porta a fora de casa, mas não é mais simples isso. Alguns também preferem por achar que 'na real' não encontrariam ninguém; por isso acabam mentindo para si mesmos e enganando os outros.
Não vou dizer que isso nunca dará certo; dá sim. Conheço vários casais que se conheceram assim, mas também sei que existem casos e casos. Acho que esses casais eram extremamente maduros e sinceros a respeito se si para dar tudo certo, entretanto a maioria que anda pelos sites de relacionamentos não são assim.
É dificil as vezes ficar com uma pessoa sabendo onde está se metendo, imagina entrar de olhos vendados e mãos atadas?
Ah, ainda temos outro ponto chave: como você fica com isso? Afinal a finalidade de um relacionamento é companhia, é beijo, é abraço,cafuné e carinhos, e com a pessoa longe de você se torna extremamente complicado isso.Ainda mais porque você não sabe se ela seria assim, carinhosa e perfeita se estivesse por perto.
Pessoas são diferentes na internet e na realidade; não se apaixone pela pessoa errada.
Pois bem, está certo ainda de que está fazendo o melhor tentando achar um namorado pelos orkuts da vida?
Todo mundo merece alguém concreto, e que lhe ama da maneira mais verdadeira por perto. Alguém sincero e que valha o risco e as chatiações. Alguém não idealizado,e de preferencia, que o ame também.
Só existe uma coisa familiar entre os namoros reais e virtuais: os dois machucam com a mesma intensidade, você querendo ou não.
Não seria então mais perspicaz se apaixonar por algo tangível?

Iza Costa