domingo, 22 de agosto de 2010

Onde está o amor?

Vai dar Namoro, Romance no Escuro, Quem quer namorar fulano de tal. Tantos programas onde alguns desavizados vão para encontrar um amor. Sim, todos desavizados. Ninguém lhes disse que é mais fácil encontrar o seu amor na filha do dentista ou do hospital, tropeçando na rua ou pedindo cola na escola, do que em um programa desses.

Até o amor virou atração comercial. E as pessoas ainda caem nessa de que, quem está lá, quer mesmo alguém para amar. Se fosse assim, eles escolheriam mais pela inteligência ou gostos e hobbyes que pelos musculos e profissão. Amor não tem essa.
"Ele mora longe", "não faz meu tipo". Claro, você nem conhece ele ou ela. Como vai fazer? Você não se apaixona assim, na hora. Paixão é conquista, é o dia-a-dia de duas pessoas que aprendem a não viver plenamente sem a outra.
Quantos relacionamentos que começaram em programas duraram? Poucos, raros, talvez nenhum. Não dá pra ser você mesmo em frente  à uma câmera. Não dá pra ser tudo o que você é com alguém que você conhece a 3 minutos.

Além do mais, amor não se procura. Não é como por um anúncio no portão escrito "Há Vagas". Amor é aquela coisa que você só acha quando não procura. E quanto mais procura, mais passa longe. Ele te pega um dia enquanto tu caminhas na rua distraidamente e da um esbarrão em alguém, e pronto: talvez seja amor. E isso não vai acontecer na tv. Não vai ter a troca de olhares, não vai ter o descompromisso de rolar ou não, de gostar ou não, porque se você está lá, ah, não pode sair de mãos abanando.
É ainda pior: a maioria que vai nesses programas é jovem. Então um desses apresentadores apresenta eles e diz 'fulado de tal tem 19 anos', e me da aquela vontade de dizer 'Hey cara, você tem a vida toda para achar um amor. Você tem é que sair, andar, entra até no bate papo da uol, mas sai dessa de ir aparecer na tv como um desesperado por atenção.' E ninguém percebe.
 
Quer encontrar um amor? Ótimo. Não procure nos programas de tv. Nem em anuncios no jornal. Nem em sites de namoro. Ande pela rua de cabeça erguida para tropeçar, ande de cabeça baixa para trombar. Saia. Vá ao dentista regularmente, visite o pronto socorro. Ligue para pedir uma pizza e bata um papo com o atendente. Converse com quem você nunca conversou. Divirta-se, sem a intenção de amar. Que logo, o amor encontrará você.

Iza Costa

2 comentários:

. disse...

O amor se esconde por trás do inusitado.

Conheci meu amor por acaso. Ele me achou (sim, não há termo melhor pra definir o que aconteceu) por acaso. Foi tudo um enorme acaso.
Acho que somos o primeiro casal que se encontra devido à má filtragem de assuntos do Google:

Ele faz uma busca por Vórtex, e acha um blog que fala de amor. Ele escreve um e-mail pra dona do blog, eles começam a se corresponder e poucos meses depois, se descobrem apaixonados.

Conto de fadas? Não! A distância física é um empecilho perturbador.

Rayanni karla disse...

Nossa, mt bom *-*

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