Vai dar Namoro, Romance no Escuro, Quem quer namorar fulano de tal. Tantos programas onde alguns desavizados vão para encontrar um amor. Sim, todos desavizados. Ninguém lhes disse que é mais fácil encontrar o seu amor na filha do dentista ou do hospital, tropeçando na rua ou pedindo cola na escola, do que em um programa desses.
Até o amor virou atração comercial. E as pessoas ainda caem nessa de que, quem está lá, quer mesmo alguém para amar. Se fosse assim, eles escolheriam mais pela inteligência ou gostos e hobbyes que pelos musculos e profissão. Amor não tem essa.
"Ele mora longe", "não faz meu tipo". Claro, você nem conhece ele ou ela. Como vai fazer? Você não se apaixona assim, na hora. Paixão é conquista, é o dia-a-dia de duas pessoas que aprendem a não viver plenamente sem a outra.
Quantos relacionamentos que começaram em programas duraram? Poucos, raros, talvez nenhum. Não dá pra ser você mesmo em frente à uma câmera. Não dá pra ser tudo o que você é com alguém que você conhece a 3 minutos.
Além do mais, amor não se procura. Não é como por um anúncio no portão escrito "Há Vagas". Amor é aquela coisa que você só acha quando não procura. E quanto mais procura, mais passa longe. Ele te pega um dia enquanto tu caminhas na rua distraidamente e da um esbarrão em alguém, e pronto: talvez seja amor. E isso não vai acontecer na tv. Não vai ter a troca de olhares, não vai ter o descompromisso de rolar ou não, de gostar ou não, porque se você está lá, ah, não pode sair de mãos abanando.
É ainda pior: a maioria que vai nesses programas é jovem. Então um desses apresentadores apresenta eles e diz 'fulado de tal tem 19 anos', e me da aquela vontade de dizer 'Hey cara, você tem a vida toda para achar um amor. Você tem é que sair, andar, entra até no bate papo da uol, mas sai dessa de ir aparecer na tv como um desesperado por atenção.' E ninguém percebe.
Iza Costa