quarta-feira, 31 de março de 2010


O problema é que eu me importo, e esperava que você se importasse.

A maioria das pessoas falam coisas da boca pra fora,e isso faz com que nunca saibamos quem é sincero.É que banalizaram o 'eu te amo'.
Quando algo tem valor pra nós, é da nossa natureza lutar,cuidar,e estar perto.Nos sentimos responsáveis, protetores.
Pelo menos é isso que penso,pra mim, é assim que a música rola.
E não existe meio termo.
Existe vontade,carinho,atenção.
Existe aquele grito interno de saudade da pessoa, de falar/ouvir, de saber como ela está.
Existe ciumes e receio de perder.

Não me culpe por ser assim,não me desculparei por ser quem sou.

É que o sentimento era tão absurdamente grande que já não cabia no peito.Impedida de dizer o que acontecia lá dentro,ela não sorria.A única forma de expressar era então as lágrimas que caiam.Assim,chorou.

terça-feira, 30 de março de 2010


É que tudo é mais fácil quando somos crianças.
Não que eu já seja adulta,longe disso.Só estou naquela estranha fase de não saber o que sou,mas criança,definitivamente não mais.
É que já não me interesso por figurinhas, nem carrinhos, e nem brincadeiras.Troquei o lápis de cor por caneta preta.Deixei a vontade de correr por aí, de subir em árvores, de jogar futebol.
Pouco a pouco, tudo isso foi substituido por estranhas sensações.As roupas de desenhos foram trocadas por saias e decotes,o carrinho foi trocado pelas voltas noturnas em um carro do ano, coleção? Só de roupas.Os desenhos em lápis, trocados por cartas de amor.Se deixo o chão,é pra sonhar com um futuro e não por subir em algo.
Estranho.
Quero minha infância de volta.
Joelhos ralados saram bem mais rápido que corações partidos.


* Nem tudo é como a gente quer.

* No entanto, isso não quer dizer que não é tudo que precisamos. Muitas vezes, essas coisas que a vida nos coloca pelo caminho são bem melhores do que a gente esperava. Veja bem, a hora mais bonita do dia é aquela em que o céu fica vermelho, e não azul. As mais belas noites são aquelas poucas em que a lua pega emprestada quase toda a luz do sol e a gente não precisa de lanterna pra caminhar. Exemplos não me faltam: a gente só ama o frio porque pode se envolver em mil casacos e cobertores, bem como agradecemos pelo escaldante sol de verão somente após mergulharmos num mar gelado.

* Eu posso não ser o que tu esperavas, mas a gente não escolhe o que quer sonhar quando coloca a cabeça no travesseiro. E que atire a primeira pedra quem não gosta de sonhar aqui. Eu posso não ser o que tudo que tu precisavas, mas a gente vive e morre sem saber do que realmente precisamos. Eu posso não bastar. Então que baste o amor.

* Eu posso não ser um monte de coisas, mas tenho certeza de tudo aquilo que sou: um céu vermelho, uma noite de lua cheia, um cobertor e um banho de mar, e tudo o mais que tu quiseres viver junto de mim


Lucas Silveira


domingo, 28 de março de 2010


Li uma vez por ai,acho que um texto de Mário Quintana, que um casamento é feito de dois bons perdoadores.Creio que, ao restrigir o perdão apenas ao casamento ele cometeu um pequeno erro.
Toda relação deve ser feita de dois bons perdoadores.Algumas, de excêlentes perdoadores.
Então porque ele se direcionou diretamente ao casamento? Pelo simples fato de que é no casamento em que os defeitos se tornam mais visiveis.Com o tempo todo casal é obrigado a deixar o conto de fadas,deixar os sonhos de ter consigo um principe ou princesa e abrir os olhos pra realidade.Pra uma pessoa real.Leia-se 'imperfeita' em real.Alguém que contêm defeito detestaveis, horriveis, as vezes até nojentos.Passar todo tempo ao lado de alguém assim não é fácil não é? Nessa hora entra aquela parte do perdão.Pensar que você também tem defeitos pode ajudar, que pro outro também não é fácil a convivência com você.
Defeitos não foram feitos para serem lembrados e percebidos todo tempo, ao contrário, foram feitos pra serem ignorados.É claro que as vezes eles se tornam tão perturbadoramente irritantes que se torna impossivel não notá-lo, então entra a parte da conversa,da mudança,da melhora.Pois,quando se quer viver a dois,três ou quatro,é necessário mudar.
Deixar a roupa intima jogada, pisar com o pé sujo na cozinha recém limpa, ver tv enquanto o outro faz o almoço, não lavar seu prato,ser grosso, pensar em si próprio.Pequenos defeitos que, se consertados,podem salvar relacionamentos.Podem garantir uma vida feliz com a pessoa que você escolheu.Mas isso é tão patéticamente obvio que os casais se esquecem com o tempo (ou a falta dele), esquessem do diálogo.Pensam que o outro já é obrigado a saber os seus pensamentos.E esse, é sem duvida, o pior defeito de um relacionamento.

Que tal começar a por em pratica o perdão hoje.Que tal,salvar seu final feliz?

E essa mania de escrever textos para uma só pessoa começa a me perturbar.O mundo é vasto, e aqui estou eu,me negando a escrever ao mundo e juntando estas palavras o melhor que posso.Um tipo estranho de carta que não será lida por outros.Pelo outro.
Mundo perdoe-me mais minha inspiração não está em você.
O que posso fazer então além de continuar a preencher páginas em branco com palavras para somente um alguém?
Pior que escrever é não escrever.
Aqui guardo memórias e pensamentos, que se, apenas dentro de mim me corroeriam de uma forma tão grave, que tenho medo de pensar nos resultados.
Os resultados.
Quais são os de, eu a esta hora, escrever aqui?
Nenhum.
Mesmo assim escrevo.Escrevo não em busca de resultados, mas de motivos.Lembro tudo que posso, e novamente peço pra esquecer.
Mas não consigo.Isso chega a ser frustrante.

sábado, 27 de março de 2010

'Aqui fixar quero meu eterno repouso,
e desta carne lassa do mundo sacudir o jugo das estrelas funestas.
Olhos, ve-de mais uma vez.
Braços, permiti-vos o ultimo abraço.
E lábios,vós que sois a porta do hálito com um beijo legitimo selai este contrato com a morte exorbitante.'


Romeu e Julieta

sexta-feira, 26 de março de 2010

Perdão.

Não vou dizer que é tarde demais para pedir desculpas, porque não é.Mas é tarde demais para restaurar minha confiança em você.Sabe porque? Tem coisas que meras desculpas não resolvem, problemas mais sérios, buracos mais em baixo, feridas mais fundas , e outros termos que você queira utilizar, mas o fato será o mesmo: perdoar é fácil, dificil mesmo é esquecer.
Por mentir, me deixar de lado, me usar.
Você estava com a cabeça aonde quando me disse se importar? Aposto que longe, ou talvez perto demais.Só que de outra pessoa, que obviamente não possuia meu nome.

Vinda.Ida.Volta.

Um dia, sem planos, alguém vem e 'lhe bate a porta'.Sim, aquela porta sabe? Aquela de chave de ouro, e tão pequena, que você vive perdendo ou deixando por aí, a mercê de qualquer um.A chave do seu coração.Você,caridosamente,por assim dizer, abre a porta e deixa a pessoa entrar.Mais ainda, você deixa que aquilo passe de uma simples visita ou excursão e permite que ela se mude pra lá,com seus trapos e algumas coisas velhas,lembranças.Já que ela está ali,você trata de tentar cuidar dela.Afinal, agora ela esta em baixo de seu teto, no seu lar, seu unico porto seguro.Você substitui os trapos, por roupas novas.Você guarda as coisas velhas em um baú, e pede que ela não abra, melhor esquecer o passado, melhor esquecer muitas coisas.Começando pelo mundo lá fora.Cuida.Cultiva.Ama.
Mas chega um dia, que aquilo já não basta para a pessoa.Sua mão estendida não vale mais grande coisa, ela já está tão acostumada que,como geralmente acontece, perde seu valor com o tempo.Na verdade,as pessoas que param de dar valor por ter.Possuir.
Ele se vai.Vai por lugares que não conhece, anda por pessoas que não lhe notam, sorri para estranhos e faz careta para aquela velha conhecida.Não,ele não está mais satisfeito com seu lugar.Anda, pensa, luta, decepciona e é decepcionado.
Volta.Volta sempre com aquele jeito de criança que fez besteira.Aquela cara de alguém que não conseguiu achar o que procurava.Frustrado.Fraco.Carente.
E o coração continua ali, aberto.Todas as vezes que se seguem.A história sempre se repete.
Infelizmente,todo ciclo alguma vez é quebrado.
Dessa vez, ele volta e a porta não está mais aberta.A chave não serve mais.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Sozinhos.

Lembro que meu pai sempre me disse que todos nós nascemos e morremos sozinhos.Nunca entendi bem isso, afinal como estar sozinho cercado de pessoas todo o tempo? Mas uma hora a gente entende.Nessa hora também a gente descre que isso seja verdade, seja possível.Como todo filho,pelo menos a grande maioria,preferimos acreditar em nossas ideias e dizer que nossos pais 'não entendem nada', mesmo com os anos a mais de vida.
Era assim que eu pensava até recentemente.
Com o tempo e os acontecimentos,no meio de idas e vindasm, altos e baixos eu consegui entender.
Ele nunca quis que eu fosse sozinha, me isolasse.Muito menos queria me prender, ou que eu me tornasse uma pessoa anti-social.Ele só queria cuidar de mim. Só tentava me dizer que não preciso esperar , depender ou correr atrás de alguém e que tudo que eu preciso está comigo, mesmo que eu me recuse a ver essa realidade a maior parte do tempo.
A verdade é que mesmo que tenhamos alguém para dividir tudo, esse 'dividir' nunca será como
quatro dividido por quatro igual a dois, será mais como uma multiplicação: um fato contado para dois, igual duas pessoas pensando nesse fato.Contar que algo dói não diminui a dor, só faz outra pessoa sofrer junto de você.Se sofrer,claro.Temos que ser sinceros e dizer que poucos se importam.Ou seja, você pode contar e continuará sofrendo, e ainda sozinho possivelmente.
Voltando ao sofrimentos duplo,triplo e etc. De que isso adianta?É sempre legal dividir experiências, mas é preciso divir as ruins também? Tem coisas que fazem tão mal que não precisam ser ditas, e sim esquecidas.
Um casal, uma amizade.Todas relações de 'divisão', todas relações que o tempo apaga.Todas relações que geram dependência.Então volto a questão, se nascemos e morremos sozinhos, porque nos deixarmos depender de alguém? A pessoa nunca sentirá o que você sente, nem olhará o mundo com mesmos olhos que você, ou entenderá completamente tudo que se passa em sua cabeça. Por que perdermos tempo procurando um lugar para nos escondermos de nós mesmos então?
Receio que a resposta seja patéticamente simples; nós nascemos e morremos sós, mas entre o nascer e morrer está o viver.Mas lembre-se, no fim é só você por você mesmo.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Um dia a gente aprende...

... que nem tudo é como nós queremos.Que papai noel não existe, e a fada do dente não te da dinheiro.Que o mundo não é colorido, e que há pessoas más nele.Que a felicidade vai e volta,e talvez demore.Que pensamentos mudam, e pessoas juntamente com eles.Que gostar e amar são coisas bem diferentes.Que segredos devem ser contados, que mentiras devem ser esclarecidas e que o passado não volta.
Acima de tudo, a gente aprende a dar valor nas pessoas.Digo, nas pessoas que realmente merecem.Aqueles amigos que estão com você mesmo quando você não quer, e te dizem o que é preciso ouvir e não o que você quer.Aqueles que estão do seu lado de verdade, alí, ao esticar das mãos para um abraço apertado, e um cheiro, e um carinho.Que te olham nos olhos e sabem o que você pensa, que não dizem nada as vezes e apenas ficam por perto caso você precise.Aprende aliás que você geralmente erra nesse julgamento de quem importa, de quem tem valor.E um dia, você percebe, e aí , é a hora de mudar.
Nem tudo que reluz é valioso, nem tudo que se diz é verdade, nem sempre colega é amigo, nem sempre se da valor ao certo, a vida não é justa.

Não trate com prioridade quem te trata como opção,ultima opção.