quinta-feira, 11 de março de 2010

Sozinhos.

Lembro que meu pai sempre me disse que todos nós nascemos e morremos sozinhos.Nunca entendi bem isso, afinal como estar sozinho cercado de pessoas todo o tempo? Mas uma hora a gente entende.Nessa hora também a gente descre que isso seja verdade, seja possível.Como todo filho,pelo menos a grande maioria,preferimos acreditar em nossas ideias e dizer que nossos pais 'não entendem nada', mesmo com os anos a mais de vida.
Era assim que eu pensava até recentemente.
Com o tempo e os acontecimentos,no meio de idas e vindasm, altos e baixos eu consegui entender.
Ele nunca quis que eu fosse sozinha, me isolasse.Muito menos queria me prender, ou que eu me tornasse uma pessoa anti-social.Ele só queria cuidar de mim. Só tentava me dizer que não preciso esperar , depender ou correr atrás de alguém e que tudo que eu preciso está comigo, mesmo que eu me recuse a ver essa realidade a maior parte do tempo.
A verdade é que mesmo que tenhamos alguém para dividir tudo, esse 'dividir' nunca será como
quatro dividido por quatro igual a dois, será mais como uma multiplicação: um fato contado para dois, igual duas pessoas pensando nesse fato.Contar que algo dói não diminui a dor, só faz outra pessoa sofrer junto de você.Se sofrer,claro.Temos que ser sinceros e dizer que poucos se importam.Ou seja, você pode contar e continuará sofrendo, e ainda sozinho possivelmente.
Voltando ao sofrimentos duplo,triplo e etc. De que isso adianta?É sempre legal dividir experiências, mas é preciso divir as ruins também? Tem coisas que fazem tão mal que não precisam ser ditas, e sim esquecidas.
Um casal, uma amizade.Todas relações de 'divisão', todas relações que o tempo apaga.Todas relações que geram dependência.Então volto a questão, se nascemos e morremos sozinhos, porque nos deixarmos depender de alguém? A pessoa nunca sentirá o que você sente, nem olhará o mundo com mesmos olhos que você, ou entenderá completamente tudo que se passa em sua cabeça. Por que perdermos tempo procurando um lugar para nos escondermos de nós mesmos então?
Receio que a resposta seja patéticamente simples; nós nascemos e morremos sós, mas entre o nascer e morrer está o viver.Mas lembre-se, no fim é só você por você mesmo.

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