Um dia, sem planos, alguém vem e 'lhe bate a porta'.Sim, aquela porta sabe? Aquela de chave de ouro, e tão pequena, que você vive perdendo ou deixando por aí, a mercê de qualquer um.A chave do seu coração.Você,caridosamente,por assim dizer, abre a porta e deixa a pessoa entrar.Mais ainda, você deixa que aquilo passe de uma simples visita ou excursão e permite que ela se mude pra lá,com seus trapos e algumas coisas velhas,lembranças.Já que ela está ali,você trata de tentar cuidar dela.Afinal, agora ela esta em baixo de seu teto, no seu lar, seu unico porto seguro.Você substitui os trapos, por roupas novas.Você guarda as coisas velhas em um baú, e pede que ela não abra, melhor esquecer o passado, melhor esquecer muitas coisas.Começando pelo mundo lá fora.Cuida.Cultiva.Ama.
Mas chega um dia, que aquilo já não basta para a pessoa.Sua mão estendida não vale mais grande coisa, ela já está tão acostumada que,como geralmente acontece, perde seu valor com o tempo.Na verdade,as pessoas que param de dar valor por ter.Possuir.
Ele se vai.Vai por lugares que não conhece, anda por pessoas que não lhe notam, sorri para estranhos e faz careta para aquela velha conhecida.Não,ele não está mais satisfeito com seu lugar.Anda, pensa, luta, decepciona e é decepcionado.
Volta.Volta sempre com aquele jeito de criança que fez besteira.Aquela cara de alguém que não conseguiu achar o que procurava.Frustrado.Fraco.Carente.
E o coração continua ali, aberto.Todas as vezes que se seguem.A história sempre se repete.
Infelizmente,todo ciclo alguma vez é quebrado.
Dessa vez, ele volta e a porta não está mais aberta.A chave não serve mais.
1 comentários:
Que bonito, adoro seus textos. Você escreve muito bem, fala sobre coisas bonitas. Continue escrevendo assim =)
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