sábado, 1 de maio de 2010

Explicações

E ela odiava essa mania das pessoas de duvidar das outras.
Talvez porque era sempre absurdamente sincera e esperava que todos fossem assim, evitando então, tantas dúvidas sobre a verdade.
Quando dizia algo que podia ser interpretado como não confiável e não acreditavam em suas palavras ela ficava com os nervos a flor da pele. Ainda mais quando quem duvidava era de sua confiança: deviam confiar em suas palavras também.
Nunca se explicava, nunca provava nada.
Achava que quanto mais se tenta provar algo, mas se torna questionavel o assunto.Ela não, ela sentava e esperava que ou a pessoa acreditasse ou a  história se provasse sozinha, mas ela nada vazia.
Nem em casos de apuros.
Lembrava-se de um dia que fora acusada de contar histórias sobre uma amiga de infância.Ao ser apontada como culpada ela somente negou e disse que nada havia dito a ninguém sobre tal acontecimento.
Sua velha amiga,a quem ela confiava tudo também, não acreditou.
Sua resposta à essa suspeita foi um balançar de ombros.Não faria nada quanto a isso, cedo ou tarde a real culpada aparecia e ela seria inocentada do cargo de traidora.
Passaram-se 3 meses sem que elas nada conversassem, até que um dia sua ex-velha-amiga lhe chamou de canto enquanto a aula de história não começava e contou-lhe os novos fatos:
- Desculpe, agora sei que não foi você quem espalhou aquela fofoca sobre mim.Acabei de descobrir a culpada.Me perdoa?
Naquele momento ela apenas reforçou seu pensamento:
Quando nos sujeitamos a amizades e relacionamentos com as pessoas temos que aprender a confiar cegamente as vezes.Não sermos  feitos de bobos, mas não desconfiar.Não devemos cobrar explicações de nossos amigos, muito menos nos explicarmos.Ao conhecer uma pessoa ao fundo sabemos do que ela é capaz ou não.Um 'não' deve significar um não.Um 'sim' deve ser um sim.Se a pessoa não é competentemente sincera, não há motivos para querer-lhe por perto.É bom aprendermos a acreditar em quem está ao nosso lado sem pedir-lhes justificativas, razões ou esclarecimentos.
A palavra desses, deve ser sempre o suficiente.

Iza Costa

0 comentários:

Postar um comentário