quinta-feira, 29 de abril de 2010

Destino part 3 ( Final )

"E quando nos encontrarmos o mundo irá parar.Não ouviremos os carros, nem os passáros, nem o que os outros dizem.Na nossa frente, nas nossas laterais tudo o que veremos será a nós mesmo.O mundo será você e eu."

Era essa a promessa que ele agora cumpria em seus braços pensou ela.O mundo parado, ou talvez, a ausência dele.Um vazio somente onde se encontravam dois corações acelerados, divertidos e curiosos, mas acima disso, que se amavam.Haviam cultivado esse amor por meses, até aquele momento: era hora de colhe-lo, aproveitar e viver.Sentir acima de tudo.

Os lábios se separaram, e ambos sentiram eles esfriarem, como se agora precisassem do calor um do outro acima de tudo.
Ele sorriu, aquele sorriso tão perfeito que a fazia sentir suas pernas fraquejarem.Arrumou o cabelo dela o colocando atrás da orelha enquanto ainda sorria.
- Você é linda, sabia?
- Não sou não.
- É sim, linda e boba.
Ela não se sentia nenhum pouco ofendida por aquele 'boba'.Só eles sabiam que nunca foram dos mais melosos, mas se gostavam.Normalmente o que mais ouviam do outro era 'chato, bobo, feio'sucedido por um te amo.
- John!
Uma garota o gritava ao longe.Era bonita, mas totalmente diferente daquela que se encontrava aos braços dele no momento.Tinha cabelos negros, uma pele levemente morena e usava roupas coloridas.
Se olharam. Os olhos dele se abaixaram obviamente envergonhados.Ela, mesmo odiando ter que faze-lo, o empurrou se livrando de seu abraço, e aquilo doeu como nenhuma ferida nunca doera.Renunciar o que ela mais queria.
A garota que o havia gritado agora estava ali, perto. Os fitava com um rosto que continha uma mistura de raiva e dor.Observava a garota de preto em sua frente da cabeça aos pés: era impossivel não notar o desprezo em seus olhos.
- O que diabos é isso? - disse ,apesar de tudo calma.
O garoto, John, a observou calado.Não sabia o que dizer, não queria mentir e o olhar dela o machucava apesar de tudo.Mas agora a garota de seus sonhos estava ali.Ele nunca havia mentido para ela, para nenhuma das duas.Sempre fora clara sua escolha: sempre seria a garotinha boba que havia feito toda aquela loucura por ele.
- Ela, é ela.Você sabe a quem me refiro...
Novamente o olhar frio da garota caiu sobre ela.
Chegou a sentir um arrepio percorrer sua espinha pela forma com que era olhada,impossivel não perceber a repugnância com que era olhada.
- Eu te odeio, John. Você não podia.
E lágrimas.Lágrimas que falavam por ela.
Ele, naquele momento,sentiu desprezo por si próprio.Se ela ao menos o batesse, o xingasse...mas não, somente um choro e as costas dadas.Aquilo doía mais do que qualquer tapa que pudesse receber.
[...]
A garota sempre soube dos rolos de John, e isso sempre a machucara.Mas ela estava ali agora e não dava para brigar por aquilo.Em poucas horas ela iria embora e queria aproveitar ao máximo o tempo que tinha perto dele.Também não podia culpá-lo: eles nunca assumiram nada, e o garoto era jovem,queria curtir sua vida e não havia nada de errado nisso.
John a fixava, ainda chateado, pelo o que acontecera a poucos minutos atrás enquanto caminhavam de mãos dadas pelas ruas.O silêncio falava por ambos.Já haviam conversado tanto que não precisavam mais de palavras: apenas do toque, apenas daquele simples gestos de unir as mãos.
- Não vai falar nada Elle?
- Está tudo bem John, só estou digerindo o que aconteceu lá atrás...
Elle vio o olhar piedoso de John e sentiu um pouco de remorso por ser fria daquela maneira.Ele estava mesmo arrependido, ela não precisava piorar a situação dele, não queria isso.
- John,podemos toma sorvete?
Tomar sorvete.Era esse o desejo dela? Deixou-se rir.Era essa mesma a garota meio criança, meio moleca e meio mulher que ele esperava.A voz mais bonita que ele já havia escutado, ainda mais fazendo um pedido.
- Claro amor.
- Você me chamou de amor?
- Sim chamei, e é melhor se acostumar.De agora em diante, somente assim eu vou chamá-la.
[...]
Assim passaram o melhor dia das suas vidas,a loucura da garota proporcionara o tão sonhado happy end de ambos.Sorvetes, brincadeiras, sorrisos, algumas pequenas brigas para não perder o costume,beijos sem fim que sempre os deixavam os aquela sensação única: ser amado.As mãos já não podiam ser separas porque cada espaço entre os dedos era um pedaço do outros que faltava em si.As vezes apenas se olhavam, bobos, felizes, confusos em distinguir realidade e sonho.Não olhavam as horas,quando o momento da separação chegassem eles sentiriam.
[...]
- Elle, quero que use isso.
Um pulseira, não dessas que se tira e põe quando deseja,era amarrada ao pulso.Preta e roxa a dela, preta e vermelha a dele.O nome dele na dela, o dela na dele.
- São lindas John!
- Eu pensei em tudo para te lembrar desse dia, um colar, um anel,até outro presente...mas gostei da ideia das pulseiras.Queria que elas fossem nossas alianças.
- Alianças?
- Não exatamente de compromisso, mas de amor.Prometa para mim que vai usá-la e nunca, jamais ira cortá-la, e quando nos vermos novamente não importa quando, você ainda usará ela.E todos os dias ao acordar e olhar para seu pulso, vai se lembrar de mim e de hoje.Vai se lembrar que mesmo longe eu estou incondicionalmente ao seu lado todo o tempo, e o quanto eu te amo.Não posso te jurar amor eterno, sempre dissemos isso lembra? Mas posso te jurar meu companheirismo, minha amizade, minha força , minha proteção...e se tudo isso não bastar, se precisar de algo a mais, se seu amor por mim se esgotar ou encontrar alguém melhor que eu, me dirá.Não contestarei sua decisão.Então nos encontraremos e eu,somente eu, cortarei esse laço existente entre nós.Quanto a mim, farei o mesmo todos os dias.Você me promete meu amor?
- Sim, eu prometo.
- Eu te amo, minha menininha.
[...]
Um ultimo abraço.Um ultimo beijo.Um ultimo toque.
Agora ela entrava naquele mesmo ônibus que a trouxera e se despedia da pessoa que mais amava.
Apesar disso, não partia triste, mas feliz.Sua loucura ao fim havia sido a melhor coisa que já fizera na vida,mas assim disso, ia embora levando um pedaço dele naquela pulseira que ela jamais tiraria de seu braço.
Pela janela o ultimo aceno dele e logo a estrada passava rápida pelo vidro.
Um sorriso que não saia de seu rosto.Na boca apenas uma palavra:
- Prometo.

Iza Costa

3 comentários:

Dan GloomCester disse...

Me sinto humilhado toda vez que leio, mas não consigo parar, são todos MUITO bons, amor! *O* parabeeens!

Anônimo disse...

perfeitooo

Anônimo disse...

Nossa....esse conto é lindo! Passou um filminho na minha cabeça agora! Mto parecido com a minha historia... até chorei...
Mta lembrança, mta saudade, mtos sentimentos!
Mas eu ainda o vi depois..... é aquele típico caso de amor (quase) impossível...rs
No fundo sinto que não teve fim.....

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